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Portos brasileiros: Engenharia Econômica para eficiência e competitividade 

Isabella Holouka

Publicado em

5 minutos de leitura

Os portos brasileiros, que movimentam cerca de 95% do comércio exterior do país, são peças fundamentais na logística nacional. No entanto, estão diante de desafios estruturais e de governança que comprometem sua eficiência e sua competitividade no mercado global. Nesse contexto, a Engenharia Econômica desponta como uma ferramenta estratégica essencial para transformar problemas em oportunidades e garantir um futuro mais sustentável para o setor. 

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O Porto de Santos, maior complexo portuário da América Latina, ilustra o potencial da Engenharia Econômica
O Porto de Santos, maior complexo portuário da América Latina, ilustra o potencial da Engenharia Econômica. Foto: Sergio Furtado

O papel da Engenharia Econômica no setor portuário 

Engenharia Econômica vai muito além do simples cálculo de custos. É uma ciência que une análise de dados e estratégia para orientar a tomada de decisões, otimizando recursos e maximizando resultados. Segundo Francisco Kliemann, professor da UFRGS e especialista na área, “não adianta apenas medir resultados; precisamos de sistemas que olhem para o futuro, criando referenciais claros de análise”. 

Essa visão, compartilhada no Enegep 2024, que teve o apoio da POLI USP PRO, é particularmente relevante em um setor onde os gargalos operacionais e os investimentos desalinhados comprometem o desempenho e aumentam os custos. 

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Desafios críticos dos portos brasileiros 

Os portos brasileiros enfrentam problemas que impactam tanto o setor público quanto o privado. Entre os desafios mais relevantes, destacam-se: 

1. Gargalos operacionais 

Muitos portos operam acima de sua capacidade ideal, gerando atrasos e custos adicionais. Essas ineficiências frequentemente passam despercebidas em análises superficiais de custos. 

2. Investimentos desalinhados 

Rafael Andriotti, engenheiro e consultor com ampla experiência em setores industriais, destacou que “os investimentos nos portos brasileiros muitas vezes não são alinhados às reais necessidades”. Recursos são desperdiçados em áreas que não contribuem para melhorar a eficiência do sistema. 

3. Ausência de parametrização econômica 

Sem sistemas claros para mensurar custos e desempenho, identificar gargalos e priorizar melhorias torna-se impossível. Isso cria um ciclo vicioso de baixa produtividade e altos custos. 

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Soluções da Engenharia Econômica para o setor portuário 

Para superar esses desafios, a parametrização econômica se apresenta como uma metodologia prática e eficaz. Essa abordagem desmembra os custos operacionais, identifica ineficiências e cria modelos de gestão baseados em dados. Confira as principais aplicações: 

1. Modelagem de custos por processo 

Cada operação, desde a dragagem até o armazenamento, pode ser detalhada em componentes específicos, como mão de obra, manutenção e ociosidade. Esse desmembramento permite identificar onde as ineficiências estão concentradas. 

2. Indicadores de desempenho econômico 

Criar métricas consistentes para mensurar eficiência e comparar resultados entre operações ou períodos fornece uma base objetiva para tomada de decisões. 

3. Planejamento estratégico orientado por dados 

Integrar análises econômicas ao planejamento organizacional permite priorizar investimentos com maior retorno, alinhando-os às necessidades reais do setor. 

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Case: Porto de Santos 

O Porto de Santos, maior complexo portuário da América Latina, ilustra o potencial da Engenharia Econômica. No primeiro semestre de 2024, o porto movimentou 68,6 milhões de toneladas, registrando um aumento de 8,42% em relação ao mesmo período de 2023. 

Esse crescimento foi impulsionado por cargas conteinerizadas e granéis sólidos e líquidos, áreas que apresentaram recordes históricos. Esse resultado reforça a importância de alocar recursos de forma estratégica para atender às demandas crescentes e melhorar a eficiência operacional. 

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A transformação do setor portuário brasileiro 

A aplicação da Engenharia Econômica nos portos brasileiros não só mitiga gargalos operacionais, mas também reposiciona o setor no mercado global com maior competitividade. 

Como enfatizou Andriotti no painel do Enegep 2024, “investir em sistemas que olhem para o futuro é essencial para alinhar eficiência operacional e sustentabilidade financeira”. Essa transformação requer: 

  • Compromisso com governança baseada em dados, 
  • Foco na análise detalhada de custos, 
  • Implementação de práticas inovadoras e planejadas estrategicamente. 

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A Engenharia Econômica como bússola para o futuro 

O setor portuário brasileiro é desafiador, mas também repleto de oportunidades. Ao adotar a Engenharia Econômica como ferramenta estratégica, os portos podem transformar suas operações, deixando de ser gargalos logísticos para se tornarem catalisadores de desenvolvimento econômico. 

Em um ambiente onde cada decisão importa, a inteligência estratégica é a verdadeira bússola para um futuro mais eficiente e competitivo. 

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