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ESG nas organizações: impactos das mudanças climáticas e oportunidades para o futuro 

Isabella Holouka

Publicado em

7 minutos de leitura

As mudanças climáticas já não são uma previsão para o futuro – elas estão impactando o cotidiano das pessoas e das empresas de forma direta e crescente. Este foi o ponto de partida do painel “ESG nas organizações”, apresentado durante o Enegep 2024, evento que contou com o patrocínio da POLI USP PRO.  

O especialista João Zani, professor de Finanças e Governança da Unisinos, e o engenheiro Bruno Alcantara, líder de operações da Aurica, discutiram como o ambiente de negócios está se adaptando às mudanças climáticas e às novas demandas por sustentabilidade. 

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Investimentos e desinvestimentos para mitigar as mudanças climáticas 

O cenário atual de investimentos para combater as mudanças climáticas revela tanto avanços quanto desafios. Entre 2013 e 2022, cerca de US$ 5,5 trilhões foram aplicados em projetos que visam mitigar os impactos ambientais. No entanto, o professor João Zani apontou uma disparidade preocupante: “Ainda estamos investindo muito mais em energia fóssil (US$ 575 bilhões) do que em renováveis (US$ 88 bilhões)”. Essa diferença significativa demonstra que a transição energética está longe de ser equilibrada. 

Professor João Zani em apresentação sobre ESG durante o Enegep 2024

Além disso, houve um movimento de desinvestimento em companhias de petróleo, com US$ 50 bilhões retirados desse setor entre 2013 e 2023. Embora esse seja um passo importante, Zani destaca que a queda no custo de extração do petróleo complicou o cenário: “O custo de extração do petróleo caiu significativamente, o que ajuda a manter ou até reduzir o preço, mas complica a vida da energia emergente”. 

Para enfrentar essa realidade, ele defende que é necessário um pacto global, envolvendo os maiores países poluidores. “O problema ambiental é um problema do mundo e ele só se resolverá através de um pacto entre os países”, afirmou.  

A precificação do carbono surge como uma das principais soluções para incentivar a transição para uma matriz energética mais limpa, ajudando a criar incentivos econômicos para a produção de energias renováveis. 

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O impacto das mudanças climáticas no cotidiano 

Bruno Alcantara deu início à sua apresentação enfatizando como as mudanças climáticas já estão afetando o dia a dia das pessoas em várias partes do mundo. Ele citou exemplos de cidades como São Carlos (SP) e Milão (na Itália), onde a poluição e as ondas de calor extremo são cada vez mais frequentes.  

“A questão climática é um risco que já está material, está afetando minha vida”, afirmou ele, trazendo à tona a necessidade urgente de adaptação das organizações para mitigar os impactos climáticos e se prepararem para os desafios futuros. 

Alcantara também destacou como esses fenômenos afetam diretamente as operações empresariais, que precisam se adaptar aos impactos climáticos e incorporar uma governança mais robusta.  

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Oportunidades e mudanças de comportamento 

Embora os desafios sejam imensos, ambos os palestrantes enfatizaram que as mudanças climáticas trazem também uma série de oportunidades para as empresas que souberem se adaptar e inovar.  

“Jovens engenheiros não devem mais olhar para a indústria do passado. A grande oportunidade está na economia verde”, destacou Zani, sugerindo que o futuro dos negócios está diretamente ligado ao desenvolvimento de tecnologias sustentáveis. 

Alcantara complementou, ressaltando que “as empresas têm que ser mais resilientes. Esses problemas tendem a piorar e as organizações precisam se transformar”. 

Oportunidades estão surgindo na forma de tecnologias verdes, novas práticas de gestão de recursos naturais, e uma maior demanda por habilidades sustentáveis no mercado de trabalho. 

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ESG nas Organizações: a nova filosofia de gestão 

O conceito de ESG (Environmental, Social and Governance) tem ganhado destaque nas discussões empresariais e se tornou um marco fundamental para a transformação dos negócios. Segundo Zani, o ESG deve ser entendido não apenas como uma tendência passageira, mas como uma verdadeira filosofia empresarial. “ESG deve integrar a filosofia da liderança, do líder empresarial. Deve se transformar na cultura da organização”, afirmou ele. 

Bruno Alcantara concordou, destacando que o ESG é uma jornada de amadurecimento para as empresas. “Ninguém é ou não é ESG; é uma jornada”, explicou ele. As empresas precisam mapear tanto os impactos positivos quanto os negativos de suas atividades, priorizar ações e incorporar práticas sustentáveis em suas operações.  

O uso de indicadores como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU ajuda as organizações na avaliação e no direcionamento de seus esforços em prol de um futuro mais sustentável. 

Além disso, Alcantara destacou o crescimento das chamadas vagas verdes no mercado de trabalho, que exigem habilidades ligadas à sustentabilidade e à gestão ambiental. “As vagas verdes estão crescendo, mas somente 1 em cada 8 novos talentos tem alguma habilidade verde”, afirmou ele, mostrando que esse é um diferencial competitivo cada vez mais valorizado no ambiente corporativo. 

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ESG: a economia verde é o futuro 

A transição para uma economia verde é inevitável, e as empresas que souberem se adaptar terão uma vantagem significativa nos próximos anos. O painel “ESG nas Organizações” trouxe uma reflexão profunda sobre a urgência das mudanças climáticas e como o conceito de ESG pode ser um caminho sólido para transformar os negócios e promover um impacto positivo na sociedade. 

A discussão liderada por João Zani e Bruno Alcantara no Enegep 2024 destacou que o futuro das empresas está diretamente ligado à adoção de práticas sustentáveis. “Nós vamos fazer essa mudança pelo amor ou pela dor”, concluiu Alcantara, sinalizando que a pressão para agir de forma mais responsável virá tanto de reguladores quanto dos próprios consumidores. 

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